Mercados da Ásia recuam à espera do prazo final de Trump para novas tarifas

Queda nos principais índices asiáticos

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram a sexta-feira, em sua maioria, em queda, refletindo a cautela dos investidores diante do prazo iminente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o anúncio de novas tarifas comerciais. A expectativa gira em torno dos desdobramentos nas negociações comerciais entre os EUA e países como Japão, Coreia do Sul e Índia.

No Japão, o índice Nikkei 225 terminou o dia praticamente estável, aos 39.810,88 pontos, enquanto o Topix também permaneceu inalterado, fechando aos 2.827,95 pontos. Na Coreia do Sul, o cenário foi mais negativo: o Kospi recuou 1,99%, encerrando a sessão em 3.054,28 pontos. O índice Kosdaq, voltado para empresas de menor capitalização, caiu 2,21%, fechando aos 775,80 pontos.

Na China continental, o índice CSI 300 teve um desempenho levemente positivo, com alta de 0,36%, encerrando o dia aos 3.982,20 pontos. Já em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,64%, fechando em 23.916,06 pontos.

Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 permaneceu estável aos 8.603 pontos. Enquanto isso, na Índia, o Nifty 50 registrou queda de 0,17%, e o índice BSE Sensex recuou 0,18% por volta das 12h15 (horário local).

Investidores avaliam impactos das tensões comerciais

A aproximação do prazo de 9 de julho, estabelecido por Trump para o avanço nas negociações comerciais, mantém os investidores em alerta. Segundo analistas da Fidelity International e da Blue Edge Advisors, a incerteza levou parte do mercado a adotar estratégias de proteção, reduzir exposição em ações ou se posicionar para possíveis oportunidades de compra caso ocorra uma retração acentuada nos preços.

Há receio de que os EUA imponham tarifas unilaterais a parceiros comerciais, conforme sugerido pelo próprio presidente em declarações recentes. Trump afirmou que sua equipe poderá começar a enviar cartas, possivelmente já nesta sexta-feira, comunicando os valores que diferentes países deverão pagar para fazer negócios com os EUA. “Provavelmente vamos começar a enviar algumas cartas amanhã, talvez dez por dia para vários países, dizendo quanto eles terão que pagar”, declarou o presidente.

Wall Street avança com dados positivos de emprego

Enquanto os mercados asiáticos operavam com cautela, os índices americanos fecharam em alta na véspera, impulsionados por um relatório de empregos melhor do que o esperado, que reduziu os temores de desaceleração da economia dos EUA. O Dow Jones subiu 0,77%, encerrando aos 44.828,53 pontos. O S&P 500 avançou 0,83%, fechando em 6.279,35 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,02%, finalizando o dia em 20.601,10 pontos — tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq registraram novos recordes históricos.

Na sexta-feira, os mercados americanos estão fechados em razão do feriado do Dia da Independência.

Mercado futuro e dólar recuam com nova ameaça de tarifas

Os contratos futuros de índices acionários e o dólar registraram quedas após as declarações de Trump sobre a possível imposição de tarifas. O S&P 500 futuro recuou 0,56%, enquanto o dólar teve leve queda frente ao iene (USD/JPY -0,42%) e o euro se valorizou (EUR/USD +0,19%).

Outros mercados também reagiram: o índice DAX da Alemanha caiu 0,65%, o CAC 40 da França recuou 0,88% e o cobre teve forte queda de 1,63%. O petróleo bruto também cedeu 0,99%, enquanto o bitcoin recuou 0,87%. O ouro, por sua vez, teve leve alta de 0,08%.

Com o prazo para possíveis novas tarifas se aproximando, investidores globais seguem atentos a cada movimentação da Casa Branca e aos impactos potenciais no comércio internacional e nos mercados financeiros.