Na Mata Atlântica do Brasil, Gleeson Paulino Pinta um Quadro de Simbiose

O fotógrafo brasileiro aventurou-se na floresta ameaçada para destacar a inegável interdependência entre humanos e natureza.

Ao longo da costa leste do Brasil situa-se a Mata Atlântica, lar de uma das biodiversidades mais essenciais do mundo. Cerca de 2.200 espécies de animais e 20.000 espécies de plantas fizeram abrigo em suas selvas; porém, semelhante às da floresta Amazônica, sua existência é cada vez mais ameaçada devido ao desenvolvimento habitacional, agricultura e plantações de árvores.

Este bioma vital é apenas uma fração do tamanho da amplamente elogiada Amazônia; no entanto, seu impacto é tão primordial para o ecossistema do Brasil. Não apenas 60% da população depende da floresta tropical para água, mas ela também produz 70% do PIB do país. Além disso, é um recurso natural para uma série de outros benefícios vitais, como ar limpo, regulação climática, proteção do solo, polinização, alimentação e medicina.

Proteger a Mata Atlântica significa proteger a vida, seja ela de uma planta, animal ou pessoa. É por isso que o fotógrafo brasileiro Gleeson Paulino decidiu focar sua lente nesta floresta menos conhecida em uma série capturada para The Overview: Meditations on Nature for a World in Transition, destacando a simbiose entre os organismos — incluindo humanos — que dependem dela para sobreviver.

Este desejo de proteger a terra foi incutido em Paulino desde jovem. Crescendo no pequeno estado de Mato Grosso do Sul no Brasil, ele foi imerso em um dos ecossistemas mais biodiversos do mundo, embora não o percebesse na época. Sua fotografia o levou para longe de sua cidade natal, às vezes se sentindo um estranho nas cidades em que aterrissava. Mas tirar fotos sempre lhe mostrou um caminho de volta para si mesmo, e fotografar esta série em um local tão próximo de suas raízes deu-lhe a chance de se ver claramente novamente.

O projeto ocorreu em uma parte da floresta que Paulino e seus amigos adquiriram em esforços para restaurá-la ao seu estado nativo. Com isso, ele disse que espera criar uma comunidade de indivíduos de mentalidade semelhante, todos trabalhando para fomentar uma apreciação pela importância do espaço.

“Costumava ser uma fazenda de pinheiros, mas estamos gradualmente removendo árvores não nativas que foram plantadas em monocultura, e fazendo esforços para reconstruir o ecossistema nativo.”

Ao longo dos anos, a floresta foi dizimada ao ponto de restar menos de 10% da floresta original, a maioria em pequenos fragmentos, apesar de já ter se estendido por mais de 500.000 milhas quadradas pelo Brasil. Felizmente, outros compartilham a mentalidade urgente de Paulino para protegê-la e restaurá-la — os últimos anos viram melhorias inspiradoras no terreno. De acordo com a World Wildlife, entre 2000 e 2015, Brasil, Argentina e Paraguai conseguiram aumentar a área total de floresta protegida na ecorregião em mais de 20%.